{"id":2337,"date":"2014-07-10T14:31:17","date_gmt":"2014-07-10T14:31:17","guid":{"rendered":"?page_id=2337"},"modified":"2024-01-14T16:15:25","modified_gmt":"2024-01-14T16:15:25","slug":"cai-centro-de-arte-infantil","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/acarte.pt\/cai-centro-de-arte-infantil\/","title":{"rendered":"Do ACARTE para todo o pa\u00eds: o Centro Art\u00edstico Infantil"},"content":{"rendered":"
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<\/strong>Brochura da exposi\u00e7\u00e3o Cidade Real\/Cidade Imagin\u00e1ria, Centro de Arte Infantil (desenho de Eduardo Miguel), Outubro 1985-Fevereiro 1986, Centro de Arte Infantil, ACARTE.<\/span><\/p>\n <\/p>\n O CAI \u2013 Centro Art\u00edstico Infantil, tamb\u00e9m conhecido por \u201ccentrinho\u201d \u00e9 desde o in\u00edcio parte integrante do projecto de ac\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o ACARTE. Mais tarde, quando o ACARTE deixa de ter como directora Madalena Perdig\u00e3o, acabar\u00e1 por ser integrado no Servi\u00e7o de Pedagogia da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian.<\/p>\n Dispondo muito embora de um espa\u00e7o pr\u00f3prio, um pequeno pavilh\u00e3o junto \u00e0 entrada sueste do complexo Gulbenkian, e de uma coordenadora respons\u00e1vel, a Dr.\u00aa Nat\u00e1lia Pais, tamb\u00e9m Directora Adjunta do Servi\u00e7o de Educa\u00e7\u00e3o, com o qual, segundo afirmou[1]<\/a>, o or\u00e7amento do Centro de Arte Infantil seria partilhado,\u00a0 \u00e9 importante entender a exist\u00eancia do centrinho enquanto insepar\u00e1vel do projecto do ACARTE como um todo e das j\u00e1 referidas experi\u00eancias empreendidas pela Funda\u00e7\u00e3o em torno da Educa\u00e7\u00e3o Art\u00edstica, em particular.<\/p>\n Assim, antes de mais, o CAI era um espa\u00e7o f\u00edsico. Um edif\u00edcio isolado do resto, num canto dos jardins, visto como coisa s\u00f3 para os mi\u00fados, mais pequeno e mais informal. Uma grande montra dava a entender que se passavam coisas l\u00e1 por dentro: a ludoteca, coisa rara no pa\u00eds, brinquedos, desenhos. \u00c0 entrada, um vest\u00edbulo para deixar sacos e casacos, semelhante aos que existem em creches. E deixar os sapatos, tamb\u00e9m. Depois, l\u00e1 dentro, sobretudo roupas \u2013 adere\u00e7os de teatro, que n\u00e3o eram s\u00f3 para as crian\u00e7as. A ludoteca estava aberta todos os Ver\u00f5es.[2]<\/a><\/p>\n Mas, de facto, num olhar sobre CAI importa sublinhar o seu papel m\u00faltiplo. Ou seja, se por um lado o centrinho prop\u00f5e actividades no local (permanentes e tempor\u00e1rias) a crian\u00e7as e a escolas, constituindo-se como espa\u00e7o \u00e0 parte, desenhado \u00e0 medida das crian\u00e7as; por outro lado assume como tarefa permanente a disponibiliza\u00e7\u00e3o de forma\u00e7\u00e3o a professores e t\u00e9cnicos que v\u00e3o trabalhar por todo o pa\u00eds, muitas vezes em institui\u00e7\u00f5es que o centrinho visitar\u00e1 ou mesmo apoiar\u00e1, como ser\u00e1 o caso das ludotecas. Neste sentido, o trabalho do CAI, materializado muitas vezes em exposi\u00e7\u00f5es com um tema central e v\u00e1rias ramifica\u00e7\u00f5es, acabou por assumir um outro car\u00e1cter, fundamental naqueles anos: a itiner\u00e2ncia, ou a descentraliza\u00e7\u00e3o, que fez com que os pain\u00e9is expositivos e parte das actividades propostas em torno de determinada exposi\u00e7\u00e3o fossem levados pelo pa\u00eds fora, a convite de autarquias locais ou institui\u00e7\u00f5es de ensino.<\/p>\n Em entrevista, a antiga respons\u00e1vel Nat\u00e1lia Pais lembrou que Maria Madelana Azeredo Perdig\u00e3o era \u201cdefensora n\u00e3o s\u00f3 de promover espect\u00e1culos, mas defensora de formar professores, criar aulas e formar os professores na teoria e na pr\u00e1tica e de a pr\u00f3pria Funda\u00e7\u00e3o ter espa\u00e7os onde as crian\u00e7as pudessem tamb\u00e9m ter actividades, j\u00e1 que muitas nem sequer podiam t\u00ea-las nas escolas, sobretudo as que estavam no ensino p\u00fablico, relembrando o facto de j\u00e1 nos tempos do Servi\u00e7o de M\u00fasica haver uma aten\u00e7\u00e3o redobrada \u00e0 forma\u00e7\u00e3o e pr\u00e1tica de forma\u00e7\u00e3o de professores e crian\u00e7as.<\/p>\n A Directora do CAI recorda igualmente que Madalena Perdig\u00e3o \u201cgostava muito de dar liberdade e autonomia \u00e0s pessoas para que assumissem o m\u00e1ximo de responsabilidade. Isso sentia-se muito bem com o Centrinho. \u00c0s vezes eu ia propor-lhe coisas e ela dizia \u201c\u00f3 Nat\u00e1lia, a mim n\u00e3o precisa de me convencer. Fa\u00e7a.\u201d Era preciso convencer os outros senhores do primeiro andar para darem os dinheiros.\u201d E salienta ainda que\u00a0 a Directora do ACARTE \u201csoube aproveitar o momento e o espa\u00e7o e as potencialidades para fazer obra e para implementar aquilo em que acreditava. E soube se rodear das pessoas [certas]\u2026\u201d Sempre com o no\u00e7\u00e3o central que \u201cn\u00e3o \u00e9 s\u00f3 em adulto que se vai a um bom espect\u00e1culo ou que se faz um bom maestro; para ser um bom ouvinte ou um bom espectador ou um bom profissional \u00e9 preciso desde pequenino ter o g\u00e9rmen e estar sensibilizado e saber criticar e saber aprender\u201d.<\/p>\n Sobre a equipa do CAI, Nat\u00e1lia Pais explica:\u00a0 \u201cO que n\u00f3s t\u00ednhamos era colaboradores permanentes. Onde \u00e9 que os fomos buscar? Os antigos professores dos cursos de Educa\u00e7\u00e3o pela Arte [do Curso de Educa\u00e7\u00e3o pela Arte que funcionou cerca de 10 anos no Conservat\u00f3rio Nacional]. Esses eram os colaboradores permanentes. E a\u00ed tivemos o cuidado de ir a essas pessoas, com curr\u00edculos do mesmo peso: que era para o teatro n\u00e3o valer mais do que a m\u00fasica e a m\u00fasica n\u00e3o valer mais do que o teatro\u2026\u201d<\/p>\n Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 itiner\u00e2ncia, caracter\u00edstica central do Servi\u00e7o explica que \u201cautarquias e escolas (…) vinham \u00e0 Funda\u00e7\u00e3o. Queriam abrir ateliers<\/em> n\u00e3o sei para qu\u00ea, querem abrir uma ludoteca com n\u00e3o-sei-quantos, pode ir a\u00ed um t\u00e9cnico fazer forma\u00e7\u00e3o?\u2026 Faz\u00edamos esse interc\u00e2mbio. (…)\u00a0 As nossas exposi\u00e7\u00e3o geralmente iam itinerantes para a prov\u00edncia, para as Escolas Superiores de Educa\u00e7\u00e3o. E potencializavam-se muito as actividades do Centrinho atrav\u00e9s da expans\u00e3o que tinha por todo o pa\u00eds, o apoio que d\u00e1vamos \u00e0s entidades escolares, extra-escolares e culturais ligadas \u00e0 inf\u00e2ncia. Era uma coisa em que lucravam os dois [as entidades e o Centrinho].\u201d<\/p>\n Arriscando uma abordagem cronol\u00f3gica, poder-se-ia dizer:<\/p>\n 1984 | O CAI foi inaugurado, com a exposi\u00e7\u00e3o \u201cEscrever-Comunicar\u201d, e a presen\u00e7a da primeira-dama, Manuela Eanes. A exposi\u00e7\u00e3o \u201cEscrever-Comunicar\u201d visava potenciar o contacto com a escrita.<\/p>\n 1985 | O ano de 1985 no CAI j\u00e1 teve um n\u00famero maior de actividades-\u00e2ncora com tr\u00eas exposi\u00e7\u00f5es: \u201cOs bichos\u201d (de Mar\u00e7o a Junho), \u201cCoisas que as crian\u00e7as guardam\u201d (no m\u00eas de Junho) e \u201cCidade real \u2013 Cidade imagin\u00e1ria\u201d (de Outubro desse ano a Fevereiro de 1986).\u00a0 No ano de 1985 mais de doze mil crian\u00e7as participaram nas exposi\u00e7\u00f5es, ludoteca, ateli\u00eas abertos e espet\u00e1culos e mais de 2500 adultos estiveram envolvidos em a\u00e7\u00f5es de forma\u00e7\u00e3o, informa\u00e7\u00e3o e em visitas familiares ou de outro car\u00e1cter (Relat\u00f3rio FCG, 1985; Relat\u00f3rio FCG, 1986 apud<\/em>).<\/p>\n 1986 | Em 1986 as exposi\u00e7\u00f5es propostas foram \u201cAs flores\u201d (de Mar\u00e7o a Junho) e \u201cO som e o sil\u00eancio\u201d (de Novembro 1986 a Fevereiro 1987).<\/p>\n 1987 | J\u00e1 o ano de 1987 foi dedicado aos dias festivos do ciclo anual, tanto pag\u00e3o como religioso, com \u201cAs festas\u201d (de Mar\u00e7o a Junho) e um conjunto de actividades sobre \u201cOs sentidos\u201d (de Novembro de 1987 a Fevereiro de 1988).<\/p>\n 1988 | \u201cO \u00edndio, a natureza e a vida\u201d (de Abril a Julho) foi o tema da primeira exposi\u00e7\u00e3o de 1988. \u201cContar, medir e pesar\u201d (de Novembro de 1988 a Mar\u00e7o de 1989) foi a mostra seguinte.<\/p>\n 1989 | O ano de 1989 foi reduzido ao ciclo \u201cBrincar atrav\u00e9s da pintura\u201d (de Abril a Setembro).<\/p>\n 1990 | \u201cImagens e personagens do conto e da aventura\u201d (de Mar\u00e7o a Junho) foi a exposi\u00e7\u00e3o apresentada em 1990.<\/p>\n 1991 | “A aventura do corpo: no tempo e no espa\u00e7o” (de janeiro a Junho).<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n —<\/p>\n [1]<\/a> Entrevista a Nat\u00e1lia Pais realizada a 11-07-11.<\/p>\n [2]<\/a> A exist\u00eancia de um espa\u00e7o para crian\u00e7as na Funda\u00e7\u00e3o n\u00e3o seria, por\u00e9m, uma novidade, tendo anteriormente funcionado \u201cnuns barrac\u00f5es nos jardins\u201d e, anteriormente ainda, nos servi\u00e7os onde a Funda\u00e7\u00e3o funcionaria antes da inaugura\u00e7\u00e3o da sua sede, como d\u00e1 conta Nat\u00e1lia Pais em entrevista, acrescentando pormenores \u00e0 hist\u00f3ria da colabora\u00e7\u00e3o entre o Servi\u00e7o de M\u00fasica e o Centro de Investiga\u00e7\u00e3o Pedag\u00f3gica.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Brochura da exposi\u00e7\u00e3o Cidade Real\/Cidade Imagin\u00e1ria, Centro de Arte Infantil (desenho de Eduardo Miguel), Outubro 1985-Fevereiro 1986, Centro de Arte Infantil, ACARTE. O CAI \u2013 Centro Art\u00edstico Infantil, tamb\u00e9m conhecido por \u201ccentrinho\u201d \u00e9 desde o in\u00edcio parte … Ler mais