{"id":4090,"date":"2015-09-01T11:24:17","date_gmt":"2015-09-01T11:24:17","guid":{"rendered":"?page_id=4090"},"modified":"2024-02-23T15:25:24","modified_gmt":"2024-02-23T15:25:24","slug":"o-projecto-anabigottevieira","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/acarte.pt\/o-projecto-anabigottevieira\/","title":{"rendered":"SOBRE"},"content":{"rendered":"
<\/p>\n
A Timeline Digital ACARTE 1984-1989<\/strong><\/p>\n Estruturando-se como uma lente para observar o ACARTE na d\u00e9cada de 1980, a\u00a0Timeline Digital ACARTE 1984-1989 <\/a>procura abrir a ac\u00e7\u00e3o deste Servi\u00e7o a investiga\u00e7\u00f5es futuras. Parte integrante da investiga\u00e7\u00e3o de Ana Bigotte Vieira, publicada em\u00a0Uma Curadoria da Falta: O Servi\u00e7o ACARTE da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian 1984-1989<\/em>\u00a0<\/em><\/a>(Sistema Solar, 2021), procura situar o Servi\u00e7o ACARTE no seu contexto de emerg\u00eancia, prestando particular aten\u00e7\u00e3o aos modos como a sua ac\u00e7\u00e3o contribui para uma reconfigura\u00e7\u00e3o da experi\u00eancia da corporalidade que por estes anos teve lugar.<\/p>\n <\/p>\n O que foi o ACARTE?<\/strong><\/p>\n Em 1984 inaugura o Servi\u00e7o de Anima\u00e7\u00e3o, Cria\u00e7\u00e3o Art\u00edstica e Educa\u00e7\u00e3o pela Arte \/ ACARTE da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian. Madalena Perdig\u00e3o, fundadora do Servi\u00e7o e primeira Directora, afirmaria:\u00a0\u201cfazia falta no panorama cultural portugu\u00eas um Servi\u00e7o voltado para a cultura contempor\u00e2nea e\/ou para o tratamento moderno de temas intemporais, assim como um Centro de Educa\u00e7\u00e3o pela Arte dedicado \u00e0s crian\u00e7as. Tornava-se necess\u00e1rio assegurar ao Centro de Arte Moderna, criado pela Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian, em 22 de Agosto de 1979 e inaugurado em 20 de Julho de 1983, a possibilidade de ser n\u00e3o apenas um Museu, na acep\u00e7\u00e3o restrita do termo, mas tamb\u00e9m um Centro de cultura\u201d (Perdig\u00e3o 1989).<\/p>\n Criado por decis\u00e3o do Conselho de Administra\u00e7\u00e3o da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian em 1984, o ACARTE seria um Servi\u00e7o que asseguraria ao Centro de Arte Moderna a possibilidade de ser um Centro de Cultura e n\u00e3o apenas um Museu, garantindo \u201ca total independ\u00eancia entre a pol\u00edtica de aquisi\u00e7\u00e3o de obras de arte e a pol\u00edtica de realiza\u00e7\u00e3o de actividades culturais\u201d (Perdig\u00e3o\u00a0apud<\/em>\u00a0Pinto Ribeiro 2007, 370). O ACARTE passaria a Departamento do Centro de Arte Moderna em 2000 e seria extinto no final de 2002.<\/p>\n Entre 1984 e 2002, foram directores do ACARTE Maria Madalena de Azeredo Perdig\u00e3o (1923-1989), de 1984 a 1989, sendo ainda respons\u00e1vel por grande parte da programa\u00e7\u00e3o de 1990; Jos\u00e9 Sasportes, de Junho de 1990 a 1994; Yvette Centeno, de 1995 a 1999; Jorge Molder, de 2000 a 2002, sendo respons\u00e1vel pela programa\u00e7\u00e3o do Departamento ACARTE M\u00e1rio Carneiro (director adjunto).<\/p>\n <\/p>\n Os Encontros ACARTE<\/strong><\/p>\n Em 1987, foram criados os Encontros ACARTE \u2013 Novo Teatro\/Dan\u00e7a da Europa. Estruturados como \u00a0festival anual, sempre em Setembro, os Encontros ACARTE constituem-se como um dos seus momentos de maior visibilidade, sobretudo \u00a0nos anos finais do Servi\u00e7o e at\u00e9 \u00e0 sua extin\u00e7\u00e3o.. Esta grande visibilidade suscitaria no p\u00fablico a confus\u00e3o entre Servi\u00e7o ACARTE e os Encontros ACARTE, como se o Servi\u00e7o fosse apenas o festival, ou como se todo o Servi\u00e7o fosse um festival. H\u00e1 igualmente uma s\u00e9rie de iniciativas, como o Jazz em Agosto ou o que mais tarde viria a ser o Centro de Imagens e T\u00e9cnicas Narrativas (CITEN), que come\u00e7am no ACARTE, vindo mais tarde a separar-se, constituindo entidades separadas.<\/p>\n <\/p>\n Disserta\u00e7\u00e3o, livro e interface digital<\/strong><\/p>\n O interface digital que aqui se apresenta diz respeito aos primeiros anos de ac\u00e7\u00e3o deste Servi\u00e7o, entre 1984 e 1989, correspondendo \u00e0 direc\u00e7\u00e3o de Madalena de Azeredo Perdig\u00e3o, fundadora e primeira Directora do Servi\u00e7o. Foi originalmente concebido como parte de uma\u00a0investiga\u00e7\u00e3o de doutoramento<\/a>\u00a0em Ci\u00eancias da Comunica\u00e7\u00e3o realizada na Faculdade de Cie\u0302ncias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que posteriormente daria origem ao livro\u00a0Uma Curadoria da Falta: O Servi\u00e7o ACARTE da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian 1984-1989 que aqui<\/u> se disponibiliza.<\/p>\n O trabalho foi realizado sob a orientac\u0327a\u0303o cienti\u0301fica do Professor Doutor Paulo Filipe Monteiro, e tutoria do Professor Doutor Andre\u0301 Lepecki na Tisch School of The Arts da New York University. Contou com o apoio financeiro da FCT e do FSE no a\u0302mbito do III Quadro Comunita\u0301rio de Apoio. Em 2016 este trabalho recebeu por unanimidade uma Menc\u0327a\u0303o Honrosa em Histo\u0301ria Contempor\u00e2nea- Pre\u0301mio Fundac\u0327a\u0303o Ma\u0301rio Soares.<\/p>\n <\/p>\n Metodologia de investiga\u00e7\u00e3o de arquivo<\/strong><\/p>\n Procedeu-se<\/a>[1]<\/a>, por um lado, a uma pesquisa no arquivo do Servi\u00e7o ACARTE da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian que, \u00e0 data do in\u00edcio da investiga\u00e7\u00e3o (2007), se encontrava parcialmente no Centro de Arte Moderna, no gabinete da sua Ex-Directora de Produ\u00e7\u00e3o, Em\u00edlia Rosa, onde estavam depositados os programas, as fotografias e os dossiers de imprensa. A restante documenta\u00e7\u00e3o encontrava-se \u00a0nos Servi\u00e7os de Arquivo da pr\u00f3pria Funda\u00e7\u00e3o, adjacentes \u00e0 Biblioteca de Arte, nomeadamente, alguns dossiers de produ\u00e7\u00e3o e correspond\u00eancia. Por outro lado, procedeu-se a uma s\u00e9rie de recolhas de testemunhos orais onde estava em causa uma tentativa de ouvir quem, de diferentes formas, acompanhou este Servi\u00e7o: a) De dentro: produtores, t\u00e9cnicos e programadores. b) Artistas: que pelo ACARTE passaram, ou dele reclamam influ\u00eancias est\u00e9ticas e de aprendizagem. c) Cr\u00edticos, te\u00f3ricos ou (futuros) decisores: que lhe atribuem import\u00e2ncia no \u00e2mbito da cultura em Portugal.<\/p>\n Cedo esta divis\u00e3o linear entre documentos e mem\u00f3ria se revelou incompleta, sendo necess\u00e1rio, na pr\u00e1tica, cruzar as duas, regressando v\u00e1rias vezes ao arquivo para compreender melhor aspectos cuja import\u00e2ncia n\u00e3o se tinha pressentido, complementando consultas parcelares com entrevistas espec\u00edficas.<\/p>\n Do cruzamento entre arquivos e entrevistas, a investiga\u00e7\u00e3o foi crescendo, \u00e0 medida que, \u00e0 medida que a actividade do Servi\u00e7o ACARTE se ia desenhando com mais clareza nas suas raz\u00f5es de ser e de acontecer. Uma descri\u00e7\u00e3o mais detalhada da metodologia seguida encontra-se\u00a0aqui<\/a>.<\/p>\n <\/p>\n As entrevistas<\/strong><\/p>\n Quando se levou finalmente a cabo uma s\u00e9rie sistem\u00e1tica de cerca de 30 entrevistas de Hist\u00f3ria Oral, estas j\u00e1 n\u00e3o correspondiam \u00e0 divis\u00e3o avan\u00e7ada inicialmente entre a) artistas, b) trabalhadores e funcion\u00e1rios da Gulbenkian e c) cr\u00edticos, te\u00f3ricos ou (futuros) decisores. Estruturavam-se agora em torno do que se entendeu como sendo as poss\u00edveis \u201clinhas de programa\u00e7\u00e3o\u201d do Servi\u00e7o durante este intervalo de tempo, tendo em conta a leitura dos programas, ou seja, por \u00e1rea, como aqui se d\u00e1 conta \u00a0de forma muito reduzida no menu \u201cfiltrar\u201d. Assim, de acordo com esta categoriza\u00e7\u00e3o imperfeita (como imperfeitas ser\u00e3o quaisquer categoriza\u00e7\u00f5es) poder-se-iam tra\u00e7ar percursos pela programa\u00e7\u00e3o. Por ex.\u00a0Linha da Educa\u00e7\u00e3o pela Arte e Centro de Arte Infantil; Linha do Teatro; Linha da Dan\u00e7a; Linha do Cinema de Anima\u00e7\u00e3o; Linha do Teatro de Marionetas; Linha dos Col\u00f3quios; Linha do Jornal Falado de Actualidade Liter\u00e1ria; Linhas da M\u00fasica: Linha do Jazz em Agosto; Linha dos Concertos \u00e0 Hora do Almo\u00e7o; Linha da M\u00fasica Experimental; Linha do Teatro Musical, Linha da Festa Europeia da M\u00fasica e comemora\u00e7\u00f5es v\u00e1rias; ou ainda dividir de acordo com a perten\u00e7a a ciclos tem\u00e1ticos onde, por via de um tema, se agregava uma multiplicidade de eventos. Foi de acordo com estas categorias provis\u00f3rias que se escolheram as pessoas a entrevistar. Pessoas cujos nomes apareciam como essenciais, quer por se repetirem ao longo de programas e documentos, quer porque em conversa, por via do chamado efeito \u201cbola de neve\u201d, uma pessoa sugere a seguinte. Assim:<\/p>\n \u2013 procurando uma compreens\u00e3o alargada da ac\u00e7\u00e3o de Madalena Perdig\u00e3o no \u00e2mbito da Cultura e da Educa\u00e7\u00e3o em Portugal, entrevistou-se Nat\u00e1lia Pais, Directora do Centro de Arte Infantil (CAI), que por sua vez sugeriu entrevistarmos o Dr. Arquimedes da Silva Santos, colega de Madalena Perdig\u00e3o na Gulbenkian desde os seus tempos de Directora do Servi\u00e7o de M\u00fasica;<\/p>\n \u2013 sobre a ac\u00e7\u00e3o do ACARTE no \u00e2mbito da Dan\u00e7a Contempor\u00e2nea e do Teatro-Dan\u00e7a foram entrevistados Gil Mendo, Ant\u00f3nio Pinto Ribeiro, Ant\u00f3nio Augusto Barros, Vera Mantero, Jo\u00e3o Fiadeiro, Margarida Bettencourt, Maria de Assis e Mark Deputter;<\/p>\n \u2013 sobre a rela\u00e7\u00e3o entre o ACARTE e a rec\u00e9m-criada rede IETM –\u00a0Informal European Theatre Meeting<\/em>, inquirindo sobre o seu lugar no panorama europeu da dan\u00e7a contempor\u00e2nea, procurou-se falar com Georges Brugmans, Hilde Teuchies, Wim Vandekeybus e Joseph Nadj;<\/p>\n \u2013 sobre as Bandas de M\u00fasica no Anfiteatro conversou-se com o m\u00fasico Paulo Brand\u00e3o;<\/p>\n \u2013 sobre os Cursos de Cinema de Anima\u00e7\u00e3o fal\u00e1mos com Jos\u00e9 Pedro Cavalheiro (ZEPE);<\/p>\n \u2013 para entender o funcionamento do ACARTE visto pelos seus trabalhadores conversou-se com Em\u00edlia Rosa, Orlando Worm e com Paulo Brand\u00e3o;<\/p>\n \u2013 sobre a Arte da Performance no ACARTE procurou-se Fernando Aguiar;<\/p>\n \u2013 sobre m\u00fasica experimental, entrevistou-se Carlos Z\u00edngaro, e sobre jazz, Rui Neves;<\/p>\n \u2013 para entender a ac\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o no \u00e2mbito do teatro em Portugal entrevistou-se Eug\u00e9nia Vasques, Lu\u00eds Francisco Rebello, Jorge Silva Melo, Tiago Porteiro e Jos\u00e9 Oliveira Barata;<\/p>\n \u2013 a prop\u00f3sito da ac\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o durante esses anos, marcou-se encontro com Orlando Garcia e Jo\u00e3o Pinharanda.<\/p>\n <\/p>\n Data e local das entrevistas<\/strong><\/p>\n Entrevista a Ant\u00f3nio Pinto Ribeiro, 28 de Julho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Ant\u00f3nio Augusto Barros, 20 de Setembro de 2011, Coimbra.<\/p>\n Entrevista a Arquimedes da Silva Santos, 22 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a George Grugmans, 3 de Junho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Carlos Z\u00edngaro, 27 de Junho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Eug\u00e9nia Vasques 4 de Agosto de 2009 e a 6 de Maio de 2010, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Fernando Aguiar 23 de Agosto de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Gil Mendo 25 de Julho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Hilde Teuchies, 1 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Jo\u00e3o Fiadeiro 17 de Agosto de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Jo\u00e3o Pinharanda, 27 de Setembro de 2011.<\/p>\n Entrevista a Jorge Silva Melo, 20 de Agosto de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Jos\u00e9 Oliveira Barata, 19 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Josef Nadj 13 de Julho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Luiz Francisco Rebello, Agosto 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Margarida Bettencourt, 8 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Maria de Assis, 5 de Agosto de 2009, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Mark Deputter, 6 de Agosto de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Mercedes Vostell, 2 de Agosto de 2011, Malpartida de C\u00e1ceres.<\/p>\n Entrevista a Molissa Fenley, 22 de Janeiro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Nat\u00e1lia Pais, 11 de Julho de 2011, Linha do Estoril.<\/p>\n Entrevista a Orlando Garcia, 14 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Orlando Worm, 23 de Fevereiro de 2010 e 19 de Outubro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Paulo Brand\u00e3o, 13 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Paulo Gra\u00e7a, 12 de Julho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Rui Neves, 7 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Tiago Porteiro, 8 de Julho de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Vera Mantero, 9 de Setembro de 2011, Lisboa.<\/p>\n Entrevista a Wim Vandekeybus, 31 de Julho de 2010, Avanca.<\/p>\n Entrevista a Zepe (Jos\u00e9 Pedro Cavalheiro), 21 de Agosto de 2011, Lisboa.<\/p>\n <\/p>\n <\/a>[1]<\/a>\u00a0Esta pesquisa teve in\u00edcio ap\u00f3s autoriza\u00e7\u00e3o da Presid\u00eancia da Funda\u00e7\u00e3o Calouste Gulbenkian, em 2007.<\/p>\n * Desde o momento em que este trabalho foi feito e o momento presente o arquivo do ACARTE foi, em grande medida, inventariado e encontra-se organizado nos Arquivos Gulbenkian, sob consulta.<\/p>\n<\/div>\n \n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A Timeline Digital ACARTE 1984-1989 Estruturando-se como uma lente para observar o ACARTE na d\u00e9cada de 1980, a\u00a0Timeline Digital ACARTE 1984-1989 procura abrir a ac\u00e7\u00e3o deste Servi\u00e7o a investiga\u00e7\u00f5es futuras. Parte integrante da investiga\u00e7\u00e3o de Ana Bigotte Vieira, publicada … Ler mais