Sobre
A imprensa dará particular destaque à presença portuguesa neste ciclo:
Em Portugal é o contraste, com um percurso quase solitário, imperando os signos da sobrevivência económica ou da amizade. Daí as parcerias com os Shish e os Telectu, daí a sua inclusão nos registos discográficos da musica popular portuguesa ou a criação de temas para teatro. (Rui Eduardo Paes, Diário de Lisboa, 11/12/87)
Não há, é evidente, muito mais do que a vontade. O cenário das musicas alternativas em Portugal é quase um deserto, constantando-se, como o faz Carlos “Zingaro”, que há apenas algumas pessoas a fazerem “coisas interessantes” – poucas mas boas. E que estão a aparecer novos músicos: “Tudo o que chocalhe o marasmo luso é importante, mesmo que os projectos ainda estejam mal digeridos”. ”[Carlos Zingaro]” (Rui Eduardo Paes, Diário de Lisboa. (11/12/87)
“Os Plexus foram no fim dos anos 60 o primeiro grupo musical a tocar num nível “underground”. No inicio os anos 70 tiveram uma linguagem próxima à do “free-jazz”, partilhando a sua contestação politica quase de guerrilha”“ e contra a ordem estabelecida. Com o esmorecer da euforia pós-25 de Novembro nasceu no grupo uma tendência que reenvindicava uma musica mais comercial. Foi o fim. Só há cerca de quatro anos Carlos “Zingaro” acertou com a formação definitiva, mas teve de esperar.” (Rui Eduardo Paes, Diário de Lisboa, 11/12/87)
A motivação fulcral do trio é “a interpenetração dos instrumentos acusticos com a panóplia electrónica, sem nenhumas preocupações de fronteira mas também sem colagens” [Zingaro]” (Rui Eduardo Paes, Diário de Lisboa, 11/12/87)
E dirá Carlos Zíngaro, em entrevista ao Diário de Lisboa, projectando esta iniciativa no contexto da época:
[…] e ao mesmo tempo assistimos ao retorno dos valores patéticos que sempre combatemos, como o nacional-cançonetismo[…] Acho que é altura de dizer que é possivel demonstrar a existencia de outras formas musicais. Afinal de contas, é a contemporaneidade que está a ser esmagada.” (Carlos Zingaro, Diário de Lisboa, 11/12/87)
Ficha Técnica
Dia 10
CARLOS ZÍNGARO E TELECTU
Dia 11
BRITISH SUMMERTIME ENDS (CLIVE BELL, SYLVIA HALLETT E STUART JONES); COOPER/BERESFORD/EASTLEY; MELODY FOUR (TONY COE, LOL COXHILL E STEVE BERESFORD)
Dia 12
ANYHTING CAN HAPPEN (BELL, HALLETT, JONES, COOPER/BERESFORD/EASTLEY, COE AND COXHILL); MELODY FOUR; COOPER/BERESFORD/EASTLEY; BRITISH SUMMERTIME ENDS
Dia 13 tarde
ROGER TURNER (SOLO DE PERCUSSÃO); JULIE TIPPET/PHIL MINTON; KEITH TIPPET (SOLO DE PIANO); MAGGIE NICOLS (SOLO VOCAL); COMBINAÇÕES INFORMAIS (ROGER TURNER, JULIE TIPPET, PHIL MINTON, KEITH TIPPET)
Dia 13 noite