Sobre

Na imprensa pode ler-se:

 

Encantos e Desencantos da Dança Francesa Contemporânea
Apesar da sua ainda breve existência, os “Encontros ACARTE” – feliz e altamente meritória iniciativa do ACARTE, da FCG – ganharam já profundas raízes entre nós, particularmente entre um vasto público de jovens, artistas e intelectuais que, entusiasticamente, acorreu à edição destes encontros no ano passado e, não menos entusiasticamente, em poucos dias esgotou as lotações para todos os espectáculos da presente edição. Tal como no ano passado, estes “Encontros Acarte 88” são dedicado ao Novo Teatro-Dança da Europa embora algumas das companhias ou dos conjuntos que os integram nem sempre tenham a dança como uma das primordiais vias de expressão das suas estéticas; poderemos até dizer que alguns espectáculos destes encontros pouco (ou, até, nada) têm a ver com a dança. Seja como for não se pode negar o importante aspecto cultural, artístico e didáctico de que os “Encontros Acarte” se revestem, pois correspondem inteiramente àquilo que é o seu principal objectivo: “informar o público, examinar em que consiste a identidade europeia, sublinhar as semelhanças sem deixar de pôr em relevo as diferenças e suscitar a discussão”, como, no programa geral dos encontros, afirma MAP, directora do Acarte. E mais do que isso: estes encontros têm-nos revelado as novas estéticas e as novas linguagens que o teatro e a dança e, até, as artes plásticas e a literatura estão experimentando no resto da Europa. Esta acção de fornecer ao nosso público e aos nossos artistas (que não podem acompanhar a actividade cultural e artística do estrangeiro in loco) elementos da artes contemporânea e elementos de actualização parece-me ser o aspecto mais positivo dessas e doutras iniciativas do Acarte que assim vem ajudar a que se desfaça aquela fatalidade de andarmos sempre na cauda da Europa, que desde há muito tem sido uma constante da nossa vida cultural e artística. Pessoalmente poderei até afirmar – porque disso tenho provas concludentes – que os “Encontros Acarte 87” tiveram particular influência em muitos jovens artistas e estudantes portugueses pelas novas perspectivas que lhes abriram. […]
Uma estética sem tradição
Antes de tudo o mais convém recordar aqui alguns factos: as estéticas e os estilos de dança não clássica em França quase não têm ainda tradição e quando em França foram introduzidos esses estilos e essas estéticas depararam com o peso poderoso e esmagador de uma tradição de dança académico-clássica de quatro séculos; apesar de a França ser um país secularmente predestinado a ser berço, a receber e a desenvolver todos os movimentos estéticos de vanguarda (da pintura à literatura, da música ao teatro e ao cinema) a verdade é que as estéticas coreográficas modernistas tiveram ali dificuldades em se impor e ganhar raízes e note-se que o grande renovador e inovador da dança francesa foi Maurice Béjart, cuja obra de inovação e renovação é feita a partir da dança académico-clássica e não contra ela como o fizeram os teorizadores e doutrinadores do expressionismo germânico e da modern dance norte-americana (…). Se Coeur de Lion não me entusiasmou, tal como Pudique Acide-Extasis a verdade é que me proporcionou um belo espectáculo… Talvez porque, sobretudo, eu admiro os coreógrafos inteligentes e de bom goto, os coreógrafos para quem a violência, a brutalidade e o falso erotismo não são as únicas expressões da modernidade. São gostos, são feitios! Mas eu admiro a modernidade, a vanguarda, a juventude, sobretudo porque começo a ser velho. (Tomás Ribas, A Capital, 15-9-1988)

Ficha Técnica

Coreografia

MAGUY MARIN

Música

BERNARD BARRAS

Cenário e Figurinos

MONTSERRAT CASANOVA

Luminotecnia

PIERRE COLOMER

Assistentes de Cenografia e Figurinos

LOUISE MARIN, FLOR-MARIE FUENTES, PASCUALE COIQUAUD

Directora Artística

MAGUY MARIN

Administrador

ANTOINE MAGNOLOGLOU

Secretário-Geral:

MICHAEL CHASE

Director Técnico

PIERRE COLOMER

Director Financeiro

MURIEL BIENVENU

Bailarinos

ULISSES ALVAREZ, TEREZA CUNHA, NATHALIE ERLBAUM, DOMINIQUE GENEVOIS, MYCHEL LECOQ, FRANÇOISE LEICK, PHILIPPE LIZON, CATHY POLO, JEAN-MARIE RASE, ISABELLE RIUS, LUCAS VAN DAPPEREN