Sobre

Na imprensa pode ler-se:

“Esta iniciativa do Acarte [ciclo Dança Portuguesa Contemporânea], um serviço ligado ao experimentalismo e à novidade, reuniu três apresentações de dança: Rui Horta e amigos, Aparte e, por fim, o Dança Grupo […]. Três nomes apenas numa mostra nacional demonstram que estamos num país pobre em dança. […] O Dança Grupo tem potencial. Ele está bem patente em certas passagens, das quais se destacam as camisolas (de criação colectiva), em que os bailarinos executam uma série de figuras com muito impacto; e a coreografia de Luís Carolino utilizando cadeiras. Uma peça cheia de pulso e energia, a provar a urgência do desenvolvimento desse potencial, através de novas criações e estudo, errando e acertando… (Maria Vargas e Adriana Macedo, Europeu, 24-1-1989)

 

“”Voos domésticos” é uma reposição do Dança Grupo, que desde Janeiro de 1988 o tem vindo a apresentar. No entanto, este espectáculo constitui um momento diferente na vida dos sete elementos do grupo (Clara Niza, Elisa Worm, Fátima Niza, Lídia Miguens, Luísa Palha, Luís Carolino, Orlando Worm e Nuno Carinhas) por ser uma das suas primeiras experiências no campo da criação colectiva, área que pretendem desenvolver cada vez mais. […] “Nascemos há 10 anos com o intuito de criar coisas bonitas em termos de dança. Sentíamo-nos bem a trabalhar em conjunto e há muito que desejávamos mostrar um pouco do nosso trabalho fora do País” disse a “A Capital” Luís Carraça, um dos fundadores do grupo […]. “Decidimos criar “Voos Domésticos” para nos lançarmos num campo mais vasto do que o nacional e conseguimos, assim, ir a diversos países com convites oficiais”. […] o grupo que ele [Luís Carraça] ajudou a criar e que surgiu um pouco por acaso, depois de um espectáculo para a RTP no ano de 1978, tem como motor o trabalhar e divulgar a dança contemporânea. […] “Temos uma concepção de que a dança não é perfeita, nem plana e muito menos linear. É, sim, algo em mutação, que surge da compreensão da recolha de fenómenos do dia-a-dia os quais, conjugados com a música, vão resultar em termos de espectáculo”, sublinhou Luís Carraça. […] Mas neste espectáculo do Dança Grupo também a música minimal repetitiva, interpretada através de sofisticados instrumentos electrónicos, pretende recriar o ambiente de rotina e de pressão que caracteriza o dia-a-dia da sociedade contemporânea. […] Uma outra “originalidade” existente em “Voos domésticos reside na forma como o espectáculo é apresentado. A realidade é que esta produção, com cerca de 60 minutos, não possui intervalos, correndo ininterruptamente. A primeira parte, coreografada por todo o grupo, intitula-se “Macromassa” […]. “Existe somente uma parte com título, porque pensamos que as outras podem ser aquilo que cada um conseguir imaginar. Queremos, assim, dizer às pessoas que têm o livre arbítrio de tirar as ilações que quiserem de todo o nosso trabalho”.  (Entrevista de Margarida Constantino, A Capital, 21-1-1989)

 

Ficha Técnica

coordenação artística

ELISA WORM

cenário e figurinos

NUNO CARINHAS

desenho de luzes

ORLANDO WORM

bailarinos

CLARA NIZA, FÁTIMA NIZA, LUÍSA PALHA, LUÍS CAROLINO, MIGUEL MELO, LÍDIA MIGUÉNS

mestre de guarda rupa

ADELAIDE MARINHO

chefe-maquinista

DAVID ALVES MENDES