Sobre

Como nos diz a imprensa da época, a Festa da Música “surgiu em França em 1982, por iniciativa do ministro Jack Lang, tendo no último ano conhecido dimensões de importante acontecimento popular e cultural. Também por iniciativa de França, foi criado o Ano Europeu da Música e a ideia da Festa (em francês é possível criar um jogo de sentidos entre “ Fête”, festa, e “Faites de la Musique”, façam música, que traduz mais plenamente os seus objectivos) foi este ano proposta a vários países, tendo sido aceite por Portugal, Grécia, Chipre, Luxemburgo, Hamburgo, Bruxelas, Liège, etc. […]” (Diário de Notícias, 16-6-1984)

Assim, e ainda segundo a imprensa “de acordo com a iniciativa europeia que procura pôr em contacto músicos profissionais e amadores, executantes e ouvintes, de todos os géneros musicais.[…] O Centro de Arte Moderna acolhe o Grupo de Música Contemporânea […]; no anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian estarão o coral Audite Nova, a Escola de Aprendizes da Sociedade Filarmónica Olivalense e o grupo Banda de Corda e Batuque […].” (Diário de Notícias, 16-6-1984).

A Propósito do Concerto do Grupo de Música Contemporânea, dirigido por Jorge Peixinho, no CAM, pergunta Jorge Listopad, atendendo à arquitectura da recém-inaugurada Sala Polivalente e reconhecendo a proposta como testemunho de algo a exigir uma «nova» atitude: “ […] – até que ponto poderemos chamar a este concerto, um concerto: é mais e é menos, é já outro fenómeno, afastado da noção de concerto, esta, do passado; – Até que ponto o público à procura de outra percepção se pode comportar academicamente, recolhido como diante de velhos mestres, sem entrar no jogo de modo diferente […] – até que ponto a sala onde testemunhámos esse concerto, multiforme e coerente, não estava demasiado ligada à convenção, não tanto pelo passado, que não tem, não pela arquitectura, desenvolta, porém, apesar de todas as suas qualidades novas, ainda limitada à curva dos valores auditivos, podia constranger a difícil realização de um ouvir diferente. Um novo espaço sonoro não precisaria de um novo espaço físico? O nosso novo estar psicológico no concerto (que já não o é) não precisaria de novas formas?” (Diário de Notícias, 26-6-1984)

 

Ficha Técnica

Grupo de música contemporânea de Lisboa

DIRECÇÃO DE JORGE PEIXINHO