Sobre
Em Dezembro, em programação de Vasco Granja, o ACARTE apresentará um ciclo de manifestações dedicado às marionetas da Checoslováquia, compreendendo uma série de espectáculos, filmes, uma exposição e uma mesa redonda.
Vai a Fundação Calouste Gulbenkian, através do seu Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE) apresentar um ciclo de manifestações dedicado às Marionetas da Checoslováquia e constituído por uma série de espectáculos de marionetas, sessões de filmes, uma exposição e uma mesa-redonda sobre “Marionetas – Técnicas e Dimensão Pedagógica”. Trata-se de uma importante iniciativa cultural, que se realiza em colaboração e sob ó alto patrocínio da Embaixada da Checoslováquia em Lisboa e que permitirá o público português tomar contacto com uma forma de arte de grandes tradições naquele país.
Na verdade, o número de teatros de marionetas existentes na Checoslováquia é elevadíssimo, existe há mais de trinta anos uma Cátedra de Marionetas na Academia de Belas-Artes de Praga – o que constitui uma raridade – e os filmes de marionetas checoslovacos são reconhecidos em todo o mundo pelo seu interesse e nível
artístico.
Assim, esta arte secular da Marioneta, com expansão em tantas e tão diferentes culturas, virá até nós através duma manifestação plurifacetada e de muita qualidade, oriunda de um país com grandes responsabilidades neste campo.
Será uma excepcional oportunidade para as crianças portuguesas, para os pais e educadores, de penetrarem
num mundo de magia.
A magia que transforma objectos em seres animados, que faz contracenar pessoas com bonecos e que tudo povoa dum halo poético susceptível de estimular a nossa imaginação criadora.
Novembro 1986
Maria Madalena de Azeredo Perdigão
Diz a imprensa a este respeito:
“A exposição patente no átrio do CAM, o ciclo de filmes checoslovacos com marionetas, de que fazia parte a obra-prima de Jiri Trnk sobre a peça de Shakespeare Sonho de uma Noite de Verão, e especialmente o espectáculo O Violino Mágico, de Jiri Jaros pelo Teatro Central de Marionetas de Praga – estas manifestações revelaram, ou comprovaram, o carinho, o interesse e o apoio que o povo e o governo daquele país dedicam a uma das mais antigas e populares expressões artísticas da humanidade. […] Mas o que há de formidável no espectáculo é a qualidade dos bonecos, a sua movimentação individual e colectiva, ou seja, a qualidade do espectáculo em termos cénicos, e em termos de expressão, em termos de comunicação. […] A Sofia, baseando-se no facto de nós às vezes repetir-nos os espectáculos, queria voltar lá: adorou, positivamente.” (Carlos Porto, Diário de Lisboa, 11-12-1986)
“Apresentadas com o patrocínio da embaixada do seu país e através do CAM da Fundação Gulbenkian, estiveram entre nós as Marionetas do Teatro Central de Praga, o que foi pretexto para uma mesa-redonda em que participaram vários especialistas nacionais e estrangeiros, uma amostra de diversos filmes checos sobre o mesmo tema e ainda uma notável exposição que representa a importância que este tipo de teatro tem naquele país da Europa de Leste. […] Traduzida em português, o que facilita a compreensão do jovem público, este espectáculo, pese embora uma certa tendência moralizante, divertiu e surpreendeu as dezenas de crianças que enchiam por completo o espaço polivalente do CAM, demonstrando como devem ser apoiados os vários grupos nacionais de teatro para a infância e juventude mas também quem, entre nós (e lembramo-nos da vocação paralela das Marionetas de Lisboa), se dedica a esta tarefa.” (Tito Lívio, A Capital, 17-12-1986)
Ficha Técnica
Participação
NORBERTO ÁVILA (DRAMATURGO), JOSÉ CARLOS BARROS (DIRECTOR ARTÍSTICO DA ASSOCIAÇÃO DAS MARIONETAS DE LISBOA), JOSÉ CALDAS (ENCENADOR), TOMÁS ENGEL (DIRECTOR DO TEATRO CENTRAL DE MARIONETAS), KAREL HEJCMAN (CENÓGRAFO), JIFI JARÓS (AUTOR E REALIZADOR DO ESPECTÁCULO "O VIOLINO MÁGICO"), NATÁLIA PAIS (PSICÓLOGA), VERA PROCHAZKOVA (SECRETÁRIO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DAS MARIONETAS UNIMA)