Sobre

Na imprensa pode ler-se a este respeito:

[…] A série de espectáculos [da mostra de dança espanhola contemporânea] destina-se a revelar ao público português a arte do corpo que se faz actualmente no país vizinho. […] (Diário de Notícias, 22-11-1989)

 

Vicente Sàez Convence Meia Sala
[…] Com um atraso (admissível) de 15 minutos, Sàez, ao som da música de Joaquim Corominola e de Yello, deu início ao seu solo. E foi bom, Com uma indumentária vanguardista q.b. (isto é, que lhe permitisse dançar) Sàez, ainda que não tenha maravilhado o seu público, fez-nos pensar que, para os lados de Espanha, a nova dança vai bem de saúde. […] O coreógrafo faz a apologia do individualismo contemporâneo e crua e cruelmente, denuncia a rotina a que todos nos sujeitamos numa sociedade que nos encerra dentro dos espaços a que temos acesso. Espaços limitados, perfeitamente delineados e no interior dos quais possuímos um lugar específico. […] É tudo isto e algo mais que Sàez nos diz. […] mantendo o seu rosto (necessariamente) inexpressivo, não pronunciando uma única palavra, Sàez recusa qualquer aproximação entre a dança e o teatro, remando assim contra a tendência que parece dominar toda a dança europeia contemporânea, influenciando também os mais novos coreógrafos portugueses […] o desenho de luzes contribuiu notavelmente para a compreensão de tudo aquilo que o coreógrafo nos queria transmitir: o primado de cada corpo no interior do espaço a que lhe pertence. O Homem já não é o centro do universo, pela simples razão de que já não existe. Um universo mas sim vários milhões em número quase infinito, cada um deles possuindo um centro (representado por um objecto), ou sendo simplesmente acentrados (quase labirínticos). […] Uma vez mais o Acarte está de parabéns pelos contactos que nos tem proporcionado com a nova dança europeia, nas suas mais diversas facetas e correntes dominantes. (A Capital, 25-11-1989)

 

[…] Tivemos oportunidade de ver, pela primeira vez desde o início da mostra, a Sala Polivalente do CAM completamente cheia, com lotação superior a “esgotado”, facto a que não será estranha a anulação dos espectáculos de quinta e sexta-feira (dias 7 e 8 de Dezembro), devido à morte de Maria Madalena Azeredo Perdigão. Em sua homenagem, foi lido (em voz-off, antes do início do espectáculo) um excerto de um texto de sua autoria, incluído no programa desta mostra, que aqui transcrevemos:
“Contrariando a visão milenarista que anunciava um final de século de catástrofe e de ruína de civilizações, temos o privilégio de ser testemunhas de um final de milénio que reconhece e exalta a cultura e os seus valores, que assentam sobre o humanismo mais autêntico e radicado na condição humana. O serviço ACARTE da FCG, que nasceu em tal década de optimismo, assiste e participa neste aproximar de culturas. Há muros que ruem, fronteiras que se esbatem por não fazerem sentido e, simultaneamente, há povos que trocam entre si experiências culturais nos domínios da Ciência, da Tecnologia e da Arte. Tendo consciência da sua modesta participação, o ACARTE orgulha-se de estar com o seu tempo e de ter, embora de uma forma modesta mas oportuna, contribuído para o espírito desta época […].”

[…] “Kolbebasar”, o espectáculo que ora vimos, inclui a participação das sete bailarinas que compõem o grupo Mudances […]. O que Mudances nos apresentou foi a afirmação inequívoca (e de certo modo unívoca) do discurso coreográfico da dança em si mesmo, tal como víramos com Vicente Sàez (que abriu esta mostra). […] E o que agora vimos foi dança, dança contemporânea, nada mais do que isso. E de grande qualidade. […] Longa vida ao ACARTE: depois de holandeses, alemães e portugueses terem mostrado o que valem, no âmbito da nova dança, coube agora a vez aos espanhóis. […] Em todas as companhias, as opções temáticas recaem essencialmente sobre o mundo em que vivemos, neste final de século/milénio alucinante, propondo-se interpretá-lo à sua maneira. […] (Luís Galvão, A Capital, 12-12-1989)

 

A Companhia Mudances […] repete, hoje, pelas 16 horas, o espectáculo Kolbebasar como homenagem a Madalena Perdigão. […] (Diário de Notícias, 10-12-1989)

 

[…] Homenagem a K. fecha uma trilogia coreográfica sobre o terror, a violência e os traumas e símbolos emblemáticos que coloram a identidade nacional espanhola. […] Uma obra que espelha a nossa atitude face ao absurdo e à violência quotidiana com que coabitamos, divididos entre apatia e má consciência. Movimento abstracto é o que propõe a coreógrafa catalã Angels Margarit, no seu trabalho Kolbebasar […] (Luísa Roubaud, Elle, 12-1989)

 

[…] A direcção é de Angels Margarit e a noção de “escultura móvel” é determinante: Kolbe é o nome de um escultor alemão e bazar um mercado de objectos diversos; a coreografia junta peças distintas, numa espécie de exposição de construções, movimentos, imagens, reflexos e simetrias distintos. (Expresso, 8-12-1989)

Ficha Técnica

Coreografias

ENS

De

VICENTE SÀEZ

OCHO

De

MARIA ANTÓNIA OLIVER

HOMENAGE A K

De

ANANDA DANSA

KOLBEBASAR

De

MUDANCES