Sobre
Na imprensa pode ler-se:
Dos quatro espectáculos, não pude ver o último, o que lamento por ser bastante prometedor. Dos três vistos, o terceiro (“Solo/Duo”) não me interessou, mas os dois restantes compensaram-me. […] Jim van der Woude apresentou um espectáculo com o título “Prato do Dia”, um solo praticamente sem palavras, uma experiência notável de trabalho de actor, mas também um trabalho sensacional a nível da tecnologia (luzes, som) utilizada, tanto mais surpreendente que à primeira vista parece tratar-se de um espectáculo pobre, no sentido grotowskiano da expressão. […] Quanto a “Solo/Duo”, com Karina Holla e Ingrid Kuijpers, este sim é que me pareceu não querer ultrapassar o nível do espectáculo elementar, das formas pré-teatrais. As duas actrizes, possivelmente dotadas, limitaram-se a um jogo de demonstração vocal, corporal, que passa é certo pela intenção satírica, pela auto-ironia, mas nunca abandona a margem do conformismo; limita-se a ser uma proposta que se mostra incapaz de atingir o espectador com um mínimo de energia teatral. […] Quer o gozo fácil e vistoso, sem complicações, a relação teatral que não exija qualquer capacidade de conceptualização […]. Qualquer filosofia. Quer o que lhe parece ser muito (pós) moderno. Não quer textos grandes ou pequenos, não quer histórias, situações, dramas, formas que o obriguem a pensar. É um público (jovem!) a caminho da alienação, obviamente. (Carlos Porto, Diário de Lisboa, 29-4-1988)
Ficha Técnica
De e por
JIM VAN DER WOUDE