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Um ano depois da entrada oficial de Portugal na CEE, a 1 de Janeiro de 1986, a Europa entra em força na programação do Acarte, primeiro com uma mostra de Dança Europeia Contemporânea (onde será apresentada pela primeira vez em Portugal a Companhia Rosas, desde logo um grande sucesso) e mais tarde com os Encontros Acarte- Novo Teatro/Dança da Europa. É de notar o esforço do Acarte em ajudar “os jovens coreógrafos e bailarinos portugueses a prosseguirem as suas actividades com mais íntimo conhecimento do que se passa no mundo europeu da dança.”

 

Madalena Perdigão explica a iniciativa:

 

“ A integração na Europa das Comunidades não deve ser entendida por nós, portugueses, como um porto a que já chegámos, mas como um caminho que teremos de percorrer ainda por algum tempo. Na senda desse caminho, e para mais depressa alcançarmos o porto de chegada, necessário se torna conhecermos melhor os nossos parceiros europeus e fazermo-nos conhecer por eles. Um primeiro passo nesse sentido será o intercâmbio cultural nos vários domínios das artes e da literatura com os diversos países da Europa. Esta pequena Mostra de Dança Europeia Contemporânea – a que se seguirá, de 11 a 19 de Setembro próximo, um Festival Internacional de Teatro e Dança de maiores proporções constitui uma marca de referência no âmbito dum programa mais vasto.
Trata-se de dar a conhecer ao público português três jovens companhias europeias de dança que vão apresentar-se nos seus diferentes estilos e assim contribuir para ilustrar o mosaico das Comunidades. A primeira Companhia, Images Dance Company, espelha o talento do seu director e único coreógrafo, Earl Lloyd Hepburn, que se rodeou dum grupo entusiasta de bailarinos, primacialmente ingleses, mas em que sabe bem descobrir a jovem portuguesa Isabel Tamen. A segunda Companhia a aparecer perante o nosso público será Rosas, com créditos firmados no mundo da dança e de que as dimensões e características arquitectónicas da Sala Polivalente nos impedem de apreciar as mais recentes criações. Esta Companhia tem para nós o aliciante de estar ligada, embora com características de ruptura, à escola MUDRA de Maurice Béjart, para cuja criação em Bruxelas a Fundação Calouste Gulbenkian contribuiu. Segue-se, para terminar a Mostra, a Companhia Karine Saporta, com um duo recentemente criado em Paris, e que podemos apresentar não apenas em Lisboa mas também no Porto, graças ao concurso do Instituto Francês desta cidade. Karine Saporta é uma das mais fortes personalidades da nova dança francesa e a sua presença vem ajudar-nos a realizar o programa de alargamento dos nossos horizontes baléticos. Possa esta Mostra conseguir tais desígnios e inspirar os jovens coreógrafos e bailarinos portugueses a prosseguirem as suas actividades com mais íntimo conhecimento do que se passa no mundo europeu da dança.

 

Lisboa, Fevereiro de 1987
M.M.A.P.”

Ficha Técnica

Patrocínios

COMISSARIADO FLAMENGO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (NO ÂMBITO DO ACORDO CULTURAL LUSO-BELGA), THE BRITISH COUNCIL, MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS, SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA