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Em Julho de 1987, já sob a designação de Dança no Anfiteatro (nome que este ciclo de dança ao ar livre em Julho haveria de doravante tomar), são apresentadas em paralelo, com evidentes preocupações pedagógicas e de reconhecimento de “duas companhias, duas estéticas”: a Companhia de Dança de Lisboa e a Companhia Nacional de Bailado”.

 

No programa da iniciativa pode ler-se:

 

“COMPANHIA DE DANÇA DE LISBOA
Jovem companhia profissional de bailado, desenvolve o seu trabalho na área da dança moderna e contemporânea. Fundada em 1984 por Rui Horta e José Manuel Oliveira, é constituída por 22 elementos, entre os quais 12 bailarinos e 2 estagiários. Tem como grandes objectivos a descentralização e a divulgação do bailado, tendo realizado desde a sua fundação cerca de 180 espectáculos por todo o país e estrangeiro.

 

 

COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO
Criada em 1977 pela Secretaria de Estado da Cultura, esta Companhia é já hoje considerada o mais alto expoente da dança clássica em Portugal.
Bailados do reportório tradicional e alguns dos mais importantes bailados de coreógrafos contemporâneos internacionalmente famosos como Balanchine, Rudi, Van Dantzig, Oscar Araiz, Kurt Jooss, etc. enriquecem o reportório da CNBTSC a par de obras de coreógrafos portugueses.”

 

 

E na imprensa pode ler-se:

 

“No âmbito de amostragem a um público talvez mais acessível a uma mudança de ambiente, do trabalho de duas companhias com estratégias de dança diferentes, organizou o ACARTE durante o mês de Julho uma série de espectáculos, no anfiteatro da Fundação Calouste Gulbenkian.” (Ana Campos, jornal não identificado, arquivo do ACARTE)
[…] No anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian estivemos no dia seguinte. Aí o panorama é outro, surpreendente e fascinante, no domínio da paisagem. As árvores, de copas apreciáveis, colocadas em planos diferentes, encontravam-se discretamente iluminadas por holofotes que mal se descortinavam, entre a vegetação, formando um quadro romântico admirável a servir de cenário de fundo.

[…] Quando o silencio se acentuava, em certos momentos da dança, uma sinfonia ecológica, o coaxar das rãs no lago do parque, suavizava ainda mais a noite, um misto de luz e cor, de som e de espantosas expressões corporais, de extrema beleza e criatividade.” (Santos Mota, Primeiro de Janeiro, 26/7/87)

 

Ficha Técnica

Com

COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO DO TEATRO S. CARLOS

Com

COMPANHIA DE DANÇA DE LISBOA