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Num dos seus último textos para os programas dos espectáculos escreve Maria Madalena de Azeredo Perdigão:

 

“Representar para criança constitui sempre um risco: o de as crianças espectadoras ultrapassarem, em imaginação e criatividade, as qualidades que os adultos actores demonstram no espectáculo. Por isso se torna necessário utilizar formas de magia, mascaras, mímica, palavras e dança nos espectáculos destinados a crianças.
Far-se-á assim um apelo a imaginação criadora dos jovens espectadores, que fruirão o prazer da representação e, terminada esta, continuarão a sonhar, a inventar e quem sabe a criar num futuro próximo. O Teatro Negro contem elementos poderosos para atrair as crianças, sobretudo quando é pensado em função delas, tendo em conta a sua idade, capacidade de compreensão e integração sociocultural. Assim acontece, estamos em crer, com a peça A Cauda do Gigante Branco, que vai ser apresentada na Sala Polivalente pela Northern BIack Light Theatre, uma companhia fundada em 1973, que conta nos seu activo com 212 representações desta mesma peça no decurso de catorze meses. Esperamos que as crianças portuguesas possam apreciar os espectáculos, participar no workshop e que fiquem culturalmente mais ricas e mais felizes no termo desta iniciativa que o ACARTE lhes dedica.

Maria Madalena Azeredo Perdigão”

 

E na imprensa pode ler-se:

 

“A Última Vontade de Madalena Perdigão

 

Aquela que terá sido uma das últimas vontades de Maria Madalena Perdigão, enquanto directora e principal animadora do Serviço Acarte da FCG, foi ontem cumprida. A meio da manhã estreou, na Sala Polivalente daquela fundação, a companhia inglesa de Teatro Negro, Northern Black Light Theatre, que apresentou um espectáculo intitulado “A Cauda do Gigante Branco”. […] É sempre um tipo de espectáculo encantador, tão encantador para crianças como para adultos. Aqui, neste caso, tudo se passa no entardecer de um dia quente, como os dias de África, onde começa a surgir a figura quase enigmática de uma contadora de histórias que promete ao público mais do que um simples conto. […] (Benigno da Cruz, Diário Popular, 14-12-1989)