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Em 1987 o ACARTE organiza a segunda edição do Ciclo de Nova Música Improvisada. Madalena Perdigão explica a pertinência da iniciativa:
No seguimento do Ciclo de Nova Música Improvisada, realizado em Outubro de 1986, decidiu o Serviço ACARTE apresentar uma nova série de concertos, agora predominantemente a cargo de artista britânicos. Pretende assim o ACARTE contribuir para um melhor conhecimento e maior divulgação deste tipo de música que se reveste de grande importância, tanto no que respeita à música erudita como ao Jazz. Além dos intérpretes britânicos, apresentar-se-á um músico português – CARLOS ZINGARO – de crescente reputação internacional e o duo de músicos/performers TELECTU constituído por Jorge Lima Barreto e Vítor Rua, com créditos formados.
M.M.A.P
A imprensa dá conta da iniciativa:
A música improvisada não tem fronteiras estilisticas, como nestas páginas temos vindo a insistir. O universalismo é a sua condição básica e caracterizadora, mas tal não obsta que cada nacionalidade praticante tenha o seu próprio discurso “universalista”. É o caso dos improvisadores britânicos, que se distinguem perfeitamente dos do resto da Europa e dos americanos – uns dizem que para bem, outros que para mal. Sobre isso haverá muito a dizer, para além dos simplismos habituais. (Rui Eduardo Paes, DN, 14-12-1987)
Por certo que a principal inferência do II Ciclo de Nova Música Improvisada da Fundação Gulbenkian será, não uma análise descritiva do que se viu e ouviu, mas antes uma reflexão sobre a improvisação hoje.Temos que alrgar o conceito de improvisação e não mais submeteê-lo aos de “intuição do instante”, “inspiração”ou outros atributos poéticos – um bom musico não tem sobre, tem saber. Compôr para improvisar e improvisar para compor são injunções imperativas de uma mesma liberdade. (Jorge Lima Barreto, Semanário, 19/12/87)
Por isso este Ciclo foi àgora de rupturas, processo de clivagem, uma sequencia correcta de inovações musicais, mesmo quando musicos como Tony Coe inventam sobre o estabelecido. Também não fica mal dizer que a Informação mais uma vez esteve ausente, sintomatico do conformismo e da mediocridade, que não podem admitir algo de novo. (Jorge Lima Barreto, Semanário, 19/12-1987)
Em balanço final deste II Ciclo NMI se reconhcerá a insuficiencia de um único workshop “Maggie Nichols” e a incomodidade da sequência compacta dos concertos, sendo preferivel um intervalo mais espaçado entre cada um. Como de costume os colunistas musicais primaram pela ausencia, o que também não fez falta. (Rui Neves, Diário Popular, 24/12/87)
Ficha Técnica
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